Se você ainda não cruzou com as peças cult de Adriana Piorski pelas “avenidas da internet”, não sabe o que está perdendo! A maranhese, que criou a grife Piorski há três anos, mas lançou oficialmente as peças em abril desse ano no Dragão Fashion, está contaminando os fashionistas da rede. Bolsas cutes, blusas e vestidos de poá, estampas exclusivas, além de broches fofíssimos fazem parte da coleção inspirada no universo rockabilly e das pin-ups.
Em entrevista ao Fashion Nouveau, a jovem, que vive em Fortaleza desde 1998, contou como a moda passou a fazer parte de sua vida, falou sobre estilistas do Norte/Nordeste e destacou a importância do mundinho cibernético no crescimento da marca. Com apenas 21 anos, Piorski chega a vender 300 peças por mês e grande parte dos consumidores são do Sudeste. Confira!
F.N: Como nasceu a paixão pela moda?
A.P: Para ser sincera, eu nunca havia pensado em ser estilista, apesar de realizar trabalhos manuais desde pequena. Queria ser economista ou administradora, mas quando prestei meu primeiro vestibular, não sei por qual motivo, marquei Publicidade. Graças a Deus eu não passei na prova. Na época, para ocupar meu tempo ocioso, eu comecei a pintar camisas e acessórios para mim e amigos. Como o sucesso foi grande, pensei em investir na carreira e seguir meu coração. Prestei novo exame, dessa vez para Moda, na Universidade Federal do Ceará (UFC) e na faculdade Marista. Passei para as duas instituições e acredite se quiser, cursava as duas. Nesse período, nascia a Piorski, que de forma rápida cresceu tanto que tive que abandonar uma das escolas. Optei por me formar na Marista e desde então, vivo para a moda.
F.N: E a idéia do nome da grife?
A.P: Eu registrei a marca há três anos e o mais engraçado foi a dificuldade de escolher um nome. Passei semanas bolando idéias sem perceber que ela estava bem debaixo do meu nariz. Meu sobrenome sempre foi muito conhecido porque é polonês, forte, tem presença e muitos nem me chamam de Adriana, só de Piorski. Não sei o significado, mas para mim, quer dizer abençoado!
F.N: Como é a sua produção? Alguém te ajuda?
A.P: Minha mãe é meu braço direito, sem ela, a Piorski não existiria. Desde o início, toda a família me apoiou. Em relação à produção, nunca corri atrás de patrocínio e nem “paitrocínio”. A grife é independente, o ateliê é lá em casa mesmo e a minha irmã Deborah cuida de fotografar as coleções, além de pintar algumas peças.
F.N: Quais são os pontos de venda da Piorski pelo Brasil?
A.P: A minha vitrine sem dúvida é a internet. Como comecei oficialmente há seis meses (a grife foi lançada no Dragão Fashion através do Empório Mix com a ajuda da produtora Solange Arrais), ainda não tem em muitos lugares. No momento, vendo na Ráfia (Recife), Frou Frou (João Pessoa) e na Tattoo Everywear (Bahia), que está para ser lançada no Farol da Barra.
F.N: Como surgiu a idéia de vender pela internet?
A.P: A rede é o meio mais eficaz para a divulgação de algo e o preço das peças e a comodidade de receber em casa são outros pontos a favor. O fotolog é grátis, rápido, simples e atinge milhões de pessoas. Pensei: por que não vender pela internet? O retorno foi maior que esperava e hoje chego a vender 300 produtos por mês, entre roupas e acessórios. Já tenho até duas costureiras que trabalham comigo, fora a ajuda da minha mãe, minha irmã e agora, da Carol, amiga e nova estagiária da Piorski. Mas quem responde e-mails, atende clientes no ateliê e bazares sou eu. Faço questão de manter esse contato, nada de estrelismo, acho que esse é o diferencial da grife.
F.N: Fale um pouco sobre sua primeira coleção.
A.P: Bem, é inspirada no universo do rockabilly e das pin-ups. O lema é não ter medo de ousar. Não me sinto a vontade de pesquisar tendências ou estilos mundo a fora, busco total liberdade para criar o que quero. São bordados, apliques, pinturas, tudo tem que ter um detalhe, algo inusitado, seja na mistura de tecidos, cores ou estampas.
F.N: Quais são os über-estilistas para você?
A.P: Acho que se um dia passasse a direção criativa para algum nome nacional seria Alexandre Herchcovitch. Quanta a pretensão a minha (risos). Mas o grande mestre é Christian Dior.
F.N: O que acha da moda no Norte/Nordeste? Existe preconceito com os estilistas nordestinos?
A.P: Já enxergo a moda cearense como um importante pólo nacional, apesar de ter sido iniciada há apenas 15 anos, quando começaram a surgir cursos voltados para a área. Posso citar alguns estilistas que admiro muito daqui, como Lina Villaventura, Mark Greiner e Weider Silveiro. Não acredito que tenha preconceito e por experiência própria, nunca passei por nada. Aliás, grande parte das minhas vendas são para o Sul e Sudeste. Acredito que possa existir estereotipagem. Todos pensam que moda nordestina é dotada necessariamente de elementos tipo renda, palha e afins… E não é bem assim, como disse antes, já existem grandes profissionais que estão provando o contrário.
F.N: Pensa em abrir uma loja? Quais são os próximos vôos?
A.P: Por enquanto não. Gosto mais da idéia de ter um ateliê, mas não na minha casa(risos). Quero algo só para a Piorski, um showroom talvez… Também já estou desenvolvendo uma coleção de sapatos e pretendo ter uma linha masculina. Enfim, o céu é o limite para mim.
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